O leite é, só por si, um produto rico em nutrientes diversificados. Depois de processado de inúmeras formas, quer seja para leite propriamente dito, quer seja para queijos, manteigas, ou outros produtos lácteos, os resíduos resultantes continuam a ser muito ricos em diversos nutrientes, se bem que sua quantidade total e as quantidades de nutrientes podem variar consoante o produto lácteo do qual provem.
Por este motivo, é um produto que pode ser utilizado como fertilizante de solos agrícolas, senão vejamos. Os resíduos oriundos de uma fábrica de produtos lácteos, apresenta cerca de 80% de matéria orgânica, em que aproximadamente 30% são carbono, 10% azoto (menos de 1% na forma amoniacal), mas também apresenta fósforo, potássio, cálcio, magnésio e sódio em percentagens variáveis mas que podem chegar aos 5% em alguns deles.
Outra característica destas lamas é apresentar também metais pesados como o cobre, o zinco, o níquel, o crómio, o cádmio, o chumbo e o mercúrio. Estes podem atingir valores na ordem das dezenas de mg/Kg de resíduo.
Refira-se ainda que é um resíduo que apresenta uma humidade que ronda os 80-90%, cujo pH pode variar entre os 6,5 e os 8 % mas com uma condutividade eléctrica abaixo e 1 ms/cm
Existem alguns ensaios de utilização de lamas de lacticínios desidratadas, principalmente em culturas de cerais, em que os resultados foram bastante interessantes, chegando a ter produções comparadas com as obtidas em campos com fertilização convencional.
Estamos perante um resíduo com enormes potencialidades de valorização agronómica, devido à sua diversificada composição, principalmente no que diz respeito aos macronutrientes principais. No entanto pode apresentar alguns problemas, nomeadamente a sua variabilidade em termos de composição, e a possibilidade de ter, por vezes, teores elevados de metais pesados.
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